Tem dias que você acorda suas primeiras sensações são de medo. E o contrário que possam pensar, não é um medo vindo de algo ruim que está prestes a acontecer, mas de algo muito bom vindo para acontecer. Primeiramente sentimos medo de que aquilo que queremos tanto que aconteça, não venha acontecer, mas em segundo pensamos que se vier a acontecer, o que iremos realizar logo depois? É uma estranha sensação de vazio.
Quinta-feira, dia de filmagem no ônibus, a cena 2 o filme, acordei ansioso mas animado, no dia anterior havia feito uma escolha de roupas para Camila usar no filme e percebe que tudo daria certo, uma ligeira preocupação pelo estado de espírito de alguns integrantes do filme, mas nada muito sério, corre para dar aulas, era dia de revisões para provas na 5ª série, e avaliar apresentações de trabalhos no 2º ano, além de aplicar prova no 1ºano, ou seja, não seria um dia fácil em meu trabalho, seria uma correria. O horário do trabalho passou e logo fui me concentrar para o filme, fazia sol,o tempo estava quente, muito calor, mas eu adoro tempos assim, liguei então para alguns integrantes do filme, mas principalmente para Camila e Fernando que são meus atores principais. Depois fui para uma reunião com Chouein que me pediu para conversar com alguns vizinhos ao Pub, pois estes costumam reclamar. Então conversei com eles e estes dizem que estava tudo bem. No caminho para casa passei no Sandro e conversei com ele sobre sua roupa para o filme, depois comprei luvas cirúrgicas para ele.
Fui embora para casa satisfeito pois havia feito tudo certo, estava tudo preparada para esses dois dias de filmagens, era só ligar para todos e esperar o horário da filmagem. Mas o tempo foi passando e lá pelas 19:00horas, começou a chover, uma chuva muito forte, foi aíque todos começaram a ligar para mim e eu tentei acalmar a todos, afinal chuvas assim costumam passar rápido. Mas não passou, então tive que ligar para a empresa de ônibus, para adiar as filmagens, só que para minha surpresa, ninguém da empresa estava sabendo dessa filmagem, e quando liguei para casa de seu gerente, esse confessou que havia esquecido mas que mandaria um ônibus pra lá, no entanto eu o avisei que não mais precisava. Bom, resumindo, mesmo que tudo tivesse dado certo, o ônibus não apareceria.
Foi uma noite frustrante, pelo telefone, pude sentir isso em todos s integrantes, mas aquela noite ainda era uma criança e o pior ainda estava por vir. Lauro e sua amiga Cristina, apareceram por volta as 22:00horas, então conversamos bastante sobre o nosso filme e sobre cinema também. Após algum tempo eles foram embora e eu fui acompanhá-los até o portão do prédio, onde lá conversamos por mais uns 20 minutos, quando foram embora, eu voltei para minha casa, e fui surpreendido pois esta se encontrava trancada.
Então eu bate várias vezes e nada de minha mãe abrir,fiquei fazendo isso por quase meia hora, subi até a laje e a chamei pela janela do quarto, porém ela não atendeu, percebe que ela dormia com a televisão ligada. Assim, tive aidéia de ir até o orelhão e ligar para minha casa, pois um dos telefone, ficam em seu quanrto, eu repete as ligações por 10 vezes,cada uma sendo tocada até o final e nem assim minha mãe acordou. A essa altura a, já havia passado mais de uma hora que eu estava nessa situação, estava chovendo fraco, mas o suficiente para me molhar um pouco, eu estava ficando irritado e preocupado, pensei seriamente em quebrar a porta, depois de algum tempo forçando a porta, percebe que se a quebrasse ela faria muito barulho, chamando a atenção de todos os vizinhos, então achei melhor ter outra ideia, afinal a mãe podia estar apenas dormindo, seria um vexame se isso acontecesse e ele não me perdoaria se eu quebrasse a porta atoa. Então fui ate´o interfone, coo última tentativa de tomar medidas extremas, já se passava das 1:00hora, eu estava naquela situação desde as 23:20 horas.
Após apertar por alguns minutos o interfone, ex que alguém da um sinal de vida, e apertado o botão que abre o portão do prédio, porém meu problema não era entrar no prédio mas em casa, daí tentei falar com minha mãe, mas tudo que eu ouvia era alguém apertando o interfone pelo lado de dentro de casa, sem parar, achei aquilo super estranho, era como se alguém quisesse falar alguma coisa mas não tivesse forças para tal, era tudo muito estranho, estava ficando sem alternativas, teria que quebrar a porta, mas então minha mãe me gritou, eu subi irritado, era tudo um susto, entrei e não vi minha mãe na porta, ela já estava em seu quarto, provavelmente porque não queria me ouvir falando em sua cabeça, pois ela não precisava ter trancado a porta, já que eu não havia saído.
Então fui para o meu PC pois precisava terminar de criar as provas do dia seguinte, teria que mandar um e-mail ainda naquela noite, porém, minha vizinha que eu compartilho a net, havia desconectado toda a rede por causa das chuvas, o que me irritou muito, alguns minutos depois, minha mãe apareceu na porta me perguntando se eu fechei a porta, e eu responde que sim, mas aí ela continuou perguntando, repetindo a mesma coisa, foi então que percebe que alguma coisa não estava normal, quando cheguei perto dela, ela me disse que estava bamba e tonta, sente que ela iria desmaiar a qualquer momento, tentei levá-la para minha cama mas ela só queria ficar na cama, estava visivelmente alterada, como alguém que diz coisa, com coisa, vi então que teria que levá-la para o hospital, mas ela dizia que não queria, pois iria melhorar, o que não parecia ser verdade. Como eu não podia levá-la até o carro com ela bamba,e nem deixá-la em algum ponto enquanto pegava o carro, pois não sabia o que poderia acontecer com ela enquanto fazia isso, tive que ligar para minha irmã onde ela e seu marido apareceram, e juntos a levamos para o hospital, onde lá ela ficou internada.
Nessa altura já se passava das 4:00horas da manhã e eu ainda tinha que trabalhar em menos de 3:00horas, só fui conseguir dormir próxima as 5:00horas, acordei em cima da hora pensando qeu daqui a pouco, aproveitando a folga que teria durante o terceiro horário, antes de começar a dar aulas no 4º horário, eu teria que voltar para levar roupas para minha mãe no hospital.
Quando deu o 3º horário, eu comecei a corrigir algumas provas, até que as 9:07 eu me lembrei que teria que passar em casa para levar roupas para minha mãe, saída escola correndo mas quando cheguei em casa não estava achando as tais roupas, peguei algumas, mas porém antes de sair, tentei mandar uns e-mails de provas para a escola, mas quando olhei as horas, eu estava em cima da hora, então saí correndo e cheguei bem atrasado par a 4ª aula, o que fez a minha diretora, me esperar irritada próxima a escada, até eu explicar o que havia acontecido com minha mãe... Bom de todo jeito ela nõa ficou tão satisfeita, e eu não podia fazer nada, por isso não me importei muito, havia muita coisa acontecendo ao mesmo tempo e eu precisava ter calma, afinal teria que improvisar mais uma prova, assim como havia feito na 2 aula, para as outras 5ª séries, já que não havia dado tempo de imprimir por conta do atraso do problema de minha net, onde não pude mandar os e-mails.
As aulas haviam acabado e eu havia recebido a informação que quem não colocasse numa lista, as notas de todos os alunos, somando inclusive o quanto cada um deles precisavam para passar, não poderia ir embora ou se não teria que voltar no dia seguinte, sábado. Então lá fiquei até acabar de passar toda a lista, e já era quase 01:30 horas quando terminei.
Ao entrar no prédio, ouvi o telefone de casa tocando, então subi correndo para atendê-lo, era minha irmã querendo que eu fosse logo para lá, mo hospital, já que ela havia passado a manhã toda com ela. Fui eu correndo então até lá.
A essa altura então, estava preocupado com o filme, pois a cena do dia anterior, havia sido transferido para aquele dia, horas antes da cena 3, a maior e mais importante de todas as cenas, depois da do final. Eu não teria muito tempo para preparar tudo antes da filmagem, por isso torcia para que minha irmã voltasse logo, lá pelas 17:30, como havia combinado com ela. Minha mãe só ficava dormindo, ela estava estranhamente fraca, mesmo quando sentia vontade de levantar, ela não conseguia por muito tempo, em alguns momentos ela se perguntava como isso foi acontecer, apesar de sua pressão estava ligeiramente alta, esse não era o motivo para ela estar nessa situação. Corrigir algumas provas, tirei um pequeno cochilo, mas nada de minha irmã chegar. As 18:00horas então eu liguei para ela e ela disse que estava procurando uma acompanhante para ela. Eu já estava impaciente, e quando se passava das 19:00horas, ela chegou. Saí de lá correndo e fui para o supermercado comprar grosélia, pois a personagem de Franciele iria morrer naquele dia. Saí do supermercado correndo, pois em menos de 1:00hora teria que ligar para todos os integrantes do filme, procurar figurantes, arrumar todos os materiais das cenas do filme, para que nada desse errado, como na cena 1 que eu esquece de verificar a faca e desta vez fiz questão de verificar se ela estava mesmo no lugar onde a guardei, o que foi confirmado.
A chuva então aumentou, e muitos dos integrantes ligavam para mim, para saber se iria ter mesmo o filme, falei com eles que sim, só se a chuva estivesse realmente forte que não, pois não havia como eu dispensar os funcionários da prefeitura que fechariam a rua do Pub.
Após ligar algumas vezes para a empresa de ônibus, o motorista decidiu já ir até praça de uma vez, pois este já estava impaciente, já que desde as 5:00horas da manhã ele estava acorado trabalhando, então percebe que não podia mais adiar nem a 2ªcena, liguei para todos, peguei tudo que precisava, não esquecendo o roteiro e as facas, edesce onde lá embaixo encontrei com Franciele, então entramos no carro e fomos para a praça, e chegando lá vi Camila e sua amiga Rose aparecendo de longe, sabia que Binha estava em uma lanchonete, próximo a praça, então encaminhei para lá, quando vi o ônibus chegando, nesse mesmo tempo, Sandro ligou para Franciele, e disse que já estava chegando com o Giuliano, mas algo me preocupava mais.
Fernando havia me ligado dizendo que estava trabalhando fazendo uma matéria na faculdade UEMG e Cleiton, o cenegrafista do filme, ainda não havia chegado e eu não conseguia encontrá-lo pelo telefone, o que me deixava desesperado, tive então que enrolar o motorista para pasar o tempo, e enquanto fui chamar o Binha, deixei Camila conversando com ele, o que eu sabia que será ótimo, qualquer homem adoraria ficar conversando com a Camila né.
Mil coisas passavam em minha cabeça, lembrei que precisava encontrar figurantes, então fui em casa ligar de novo para Jaqueline, tentei convencer sua irmã em vão, para ir ao filme, daí deixei combinado de pegar Jaqueline mais tarde. A verdade é que estava com tantas coisas para fazer que acabei me esquecendo de Jaqueline, eu ainda precisava de figurantes, foi então que cheguei na praça e tive a idéia de chamar todos os bêbados, prostitutas, estudantes, aposentados, jovens, e todo o mosaico de pessoas que compõem essa praça que por se só já é cinematográfica, convenci algumas pessoas que estavam na estação, aparentemente esperando ônibus, alguns estavam bêbados e outros estavam se encaminhando para isso, então fui até ao bar do Mendes, aquele mesmo onde passamos o aniversário de Camila. Convidei alguns homens que estavam sentados na praça, e dois jovens, super gente boas, diga por sinal, que estavam bebendo lá, um deles que estava sentado na mesa, até já fez comigo o famoso e lendário filme inacabado, O Monstro da Bananeira, filme esse onde eu e Fernando participamos, porém esse cara não quis participar. Dois deles então entraram no ônibus, e quando já estava tudo certo Fernando me lembrou de algo, as fitas para o filme, fui então correndo e peguei elas, daí novamente quando tudo parecei certo alguém grita lá do fundo do ônibus:-E a faca?
Ufa a faca, novamente a faca, mas me lembrei que a peguei antes de sair então provavelmente estava no carro, que estava estacionado perto da estação de trem,porém ao procurar pela faca, não a encontrei,o que me deixou desesperado, parecia uma maldição, parte da cena 1 não chegou a ser feita por causa da faca e agora de novo o mesmo problema, voltei para a casa e a procurei desesperadamente, voltei para o carro e novamente não a encontrei, olhei embaixo do carro de Sandro onde antes meu carro estava estacionado e nada, nem na rua, onde estava aquela maldita faca?
Foi então que aproveitando que havia conversado com Graziela, minha vizinha, minutos antes, sobre a minha mãe e tudo que ela escutou na noite anterior enquanto eu tentava entrar em casa, fui até ela e pede uma faca de cortar carne emprestado, então após ela ter me emprestado, fui correndo para lá, todos estavam impaciente, então fiz questão de começar logo, nesse momento, Sandro me lembrou que Jaqueline a ligou e estava me procurando pois a havia prometido pegá-la em casa, decide então pegá-la após as filmagens da cena 2.
A cena 2 começa com Alex seguindo Marcela ao longe, sem saber se teria coragem de matá-la, seu rosto é destacado nessa cena em que ele fica visivelmente desesperado, em seguida é mostrado o olhar de Alex pela câmera onde esse vê Marcela ao longe, a seguindo até ela entrar dentro do ônibus. Fernando falou que não precisava fazer essa cena, e quando eu insistir ele disse que o motorista estava impaciente, que podíamos fazê-la depois, na volta, presumindo que o motorista ainda voltaria de ônibus com a gente uma segunda vez. Minutos antes Fernando havia recusado que eu filmasse uma outra toda dele entrando dentro do ônibus enquanto eu filmava ele e os ocupantes pela janela do ônibus. Pensei em fazer essa tomada pois sabia que dentro do ônibus é muito apertado e quase todas as tomadas ficariam muito próximos a ele e também seria bem limitado, mas como não queria discutir assim tão cedo, segui sua opinião. Então percebe que teríamos uma noite desgastante.
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